segunda-feira, 25 de março de 2013

Da amoreira

Finjo não ver minha amoreira se entristecer, murchar e aos poucos soltando suas folhas verdes, que já não são mais tão viçosas. O que acontecera? Falta de Sol, chuva ou amor? Não tenho certeza, creio que seja apenas solidão da vida... do viço de um amor ao seu lado.
É a falta do brilho nos olhos ao entardecer quando chegas em casa após um árduo dia de rotina...
É apenas a falta de seu cheiro, seu sorriso...
Como me entristece ver a amoreira tão cabisbaixa e sem vida...
Juro, faço de tudo pra que ela não continue assim, todavia quem lhe traz infinita paz está longe daqui e dali do outro lado da cidade... E fica nesse chove que molha de lágrimas todo dia até reencontrar seu porto seguro, até encontrar seu recanto num canto onde já fora seu e nem de perto é mais...

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Pobres esquecidas

Será que escrever ainda surte o mesmo efeito de outrora, como há poucos anos atrás onde despejava todas as minhas mágoas nas pobres palavras?
Tenho que me desculpar com elas, pois as traí por amor, creio que senti saudade, na verdade o que me restou foram apenas elas por hora, na verdade... neste momento, pois sei que amanhã será outro dia, um novo dia...
Pode parecer apenas revolta ou é apenas uma solidão  que me fez recorrer às tão esquecidas palavras escritas.
Exatamente, sou assim, preciso sofrer para me inspirar. Se é bom, jamais saberei, mas acaba sendo produtivo.

domingo, 23 de outubro de 2011

Árvores frutíferas

A minha amoreira cresce com o vento que leva suas folhas para longe, produz seus frutos suculentos. Não é mais a amoreira de outrora. Mas lá no quintal, vou sempre buscar uma amorinha, e sempre encontro pelo menos umazinha lá me esperando colhe-la antes que caia no chão e sempre me presenteia com seu aroma com gostinho de nostalgia... É aquela nostalgia gostosa de relembrar... Todavia não é só a nostalgia que permeia esta degustação, tem também gostinho de presente, o presente de todos os dias, a saudade boa que bate quando chega o fim da tarde, o beijo e o abraço apertado que nunca acaba.
Minhas árvores da vida surpreendem, como disse, o vento leva suas folhas mais fracas para que outras novinhas nasçam verdes e brilhantes. Parece cruel, porém nos devolve aprendizado. (06/06/11)

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Série Clichê n°05

As pessoas podem te surpreender de duas maneiras, para o bem o para o mal...
Na maioria das vezes, quando se está em um campo de batalhas obviamente, o pior ocorre!
Eis que estou num campo de batalha onde os seres usam de suas mais infames armas. O poder de enganar perfeitamente outra pessoa!
Mesmo indo com os dois pés atrás, uma hora ou outra você acaba confiando no indivíduo em questão. Até que aparentemente, por algum motivo inexplicável, talvez até por diversão. De repente... Surpresa! Você leva dois tiros, um em cada pé... Vai caindo vagarosamente, tenta fugir, mas não é possível... E se encontra subitamente nas mãos do indivíduo...
Após um tempo você recupera suas forças, mas naquela batalha você fraquejou e perdeu, talvez tacitamente. Como eu queria construir um Cavalo de Tróia e tentar chegar aos pés do presente inimigo! Acabo a batalha com olhar de misericórdia... Porém desejando a vingança e desconfiando mais ainda de outras pessoas, acabo prejudicando a mim, tornando-me fria e calculista. Fato!
Escondo no olhar meu ódio, e aparento fragilidade. Talvez consiga um dia fazer com que tais indivíduos deem o tiro em seus próprios pés... Indiretamente agirei!
Todavia, os caminhos agirão com suas armadilhas postas outrora. Justamente!
E não moverei uma palha sequer.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Facetas, mil

Facetas faceiras, inocentes... Não!
Necessárias, fugazes, voláteis, indeterminadas
Complexas, felizes, tristonhas...
Em seus vai-e-vens
Sufocantes, deprimentes
Uma apnéia constante em certos, incertos instantes.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Série clichê n° 04

E vem com força novamente a frustração de sempre, a mesma sensação de que nada dá certo. Quando tudo parece estar bem, vem algo que me atira ao chão.
E me estatelo. Vou de cara.
Por quê? Sobre os porquês eu não faço idéia do que são, pois se soubesse não estaria assim.
Mas ao menos de um eu sei, todavia como sempre é sem motivo algum para me atirar ao fundo do poço da depressão. Porque somos assim. Ou pelo menos por que algumas pessoas são assim? Também eu não sei, se alguém souber me avise.
Será que é alguma tristeza enrustida por não conseguir salvar o mundo da lenta destruição causada pelos seres humanos? Mas tento ser um pouco ecológica, tento orientar algumas pessoas, mas não é o bastante, ainda me sinto inútil ao mundo e claro, frustrada. Todavia ainda não é este o motivo.
Aquém disso, o que será então?
Mesmo com minha felicidade e sorrisos bobos por um lado, ando com uma angústia que sempre me agonizou pelo outro.
Um tanto estranho, visto que tenho tudo o que quero, até uma grande surpresa crônica de tão boa não me tira esta angústia incrustada em meu peito, nem ao menos um grande amor faz com que ela saia de lá. É algo que contamina tudo e a todos, é o que faz a minha arrogância e a falta de paciência crescerem. Fato!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Série clichê n°03

Só estou aqui encorujada. Com dor de saudade no peito, com frio, enrolada no cobertor e sonhando com alguém aqui do lado.
O tempo não passa. Não está aqui e não há nada por aqui.
Há somente lá. Nem dós, nem sóis, nem ao menos sustenidos.
Os dias e os Sóis por aqui é que estão suspendidos.
Surpresa já não há quanto a falta que me faz. Dói saber que por lá está só, somente com minhas letras e cheiros deixados. Só para fazer com que aperte mais a saudade.
A falta, como dói.

domingo, 8 de agosto de 2010

Da liberdade, esperava voar e nada além das responsabilidades já esperadas, mudar, mas muito além disso aflige alguns minutos de meu ócio.
Mas a percepção foi além, alguns veem e sentem um certo preconceito se bem assim "espremo" estas palavras enroscadas. Ou até inveja, com uma grosseria aflorada, se bem digo. Porém, o que mais prevalece é o patético moralismo ortodoxo cheio de facões altamente intencionados a dilacerar asinhas belas e formosas conquistadas pela liberdade, é aquele apego que se tem por um primeiro troféu que alguém pode sonhar.
Recorrendo à música novamente... "Deixe-me ir, preciso andar. Vou por aí a procurar, rir para não chorar... Quero assistir ao Sol nascer, ver as águas do rio correr..."
A liberdade que necessitava, já a conquistei, porém a outra parcela conquistarei daqui a algum tempo. O que necessito no momento nem mesmo eu sei...


Será talvez ver o pôr-do-sol de outono no horizonte avermelhado, mas não só.

Ou acordar, ou quase não acordar de um sonho, numa manhã de domingo e ver pela janela que não se fechou, a chuva mansa e fresca lá fora...

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Perceptível

Há alguns minutos atrás, enquanto me perdia por entre meus devaneios, lembrei que em muitos dos dias de "Reveillon" sempre faltava algo, mesmo com a família ou amigos, um vazio inexplicável.
Neste ultimo "Reveillon", me senti sem o vazio, percebi algo que jamais tinha notado, algo que nunca imaginei que me fizesse tanta falta. Uma coisa rara que procurei e encontrei num certo passo, um caminho alternativo que decidi seguir, mesmo sendo de surpreendente escolha para outros olhos.
E acordei numa leve brisa que roçava meu rosto vendo as luzes dos fogos de artifício refletidas em dois pontos fixos que brilhavam sinceramente. Nesse exato momento cheguei a sentir o gosto das amoras mais suculentas do que nunca, convidativas, que davam arrepios só de pensar...
E nos intermédios dos dias lembro-me daquele momento em que tudo mudou, o momento em que o vazio cessou.
Fluia tudo numa harmonia jamais vista, rodopiava, as ondas sutilmente batiam em meus pés acariciando-os e trazendo boas novas e levando a sobrevida para dar lugar a uma vida.
Que creio, foi bem vivida até agora! E espero que continue assim, sempre colhendo amoras suculentas e saboreando-as delicada e morosamente como se não existisse mais nenhuma em todo o Universo.